sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Meios de Contraste em Ressonância Magnética

Em Ressonância Magnética Nuclear os mecanismos dos meios de contraste nas imagens são completamente diferentes dos que são utilizados em Radiologia Convencional. Na ressonância, substâncias paramagnéticas alteram o campo magnético local, reduzindo os tempos de relaxação longitudinal e transversal dos núcleos de hidrogênios excitados. O encurtamento do tempo de relaxação longitudinal intensifica os sinais dos tecidos na ponderação T1. Já os meios que interferem no encurtamento dos tempos de relaxação transversal produzem uma redução dos sinais dos tecidos na ponderação T2. Assim, os meios de contraste em RM são definidos como contraste por T1 e contraste por T2. 
Os meios de contraste a base de gadolínio produzem contraste por T1 nas imagens. O gadolínio encurta o tempo T1 nos tecidos que passam a emitir sinal com maior intensidade (hiperintenso).
O gadolínio é um elemento da família dos metais nobres, os conhecidos terras raras, e constitui-se o meio de contraste mais utilizado em ressonância magnética.
Meios de contraste a base de óxido de ferro produzem contraste por T2. Os óxidos ferrosos usados em ressonância como o Lumirem são substâncias superparamagnéticas que produzem grandes alterações nos campos magnéticos locais. Essas alterações reduzem os tempos de relaxação transversal dos tecidos que passam a apresentar uma diminuição de seus sinais caracterizando o contraste por T2 (hipointenso). Os meios de contraste por T2 são poucos utilizados.
No Brasil alguns serviços de vêm utilizando alternativamente o suco de açaí como meio de contraste T2 nos exames do trato digestório. A ação do suco de açaí torna a luz das cavidades gastrointestinais hipointensas.

Características do Gadolínio:

O gadolínio é um metal pesado altamente tóxico para o organismo humano. A administração do gadolínio como meio de contraste é possível pela agregação de substâncias que evitam a fixação orgânica desses metais e facilitam sua eliminação, principalmente pelas vias excretoras renais. Essas substâncias são denominadas "quelados". O ácido dietileno triaminopentacético - DTPA, é um dos quelados mais comuns utilizados nos contrastes de RMN.
A fixação do elemento metálico gadolínio ao quelado DTPA forma o GD-DTPA, gadopenteato, meio de contraste por T1 hidrossolúvel e de baixa toxicidade.
Meios de contraste a base de gadolínio apresentam baixa osmolalidade, esta característica torna o meio mais tolerável e evita a sensação de dor quando administrados em altas velocidades como exigido em exames angiográficos e de perfusão. Também apresentam baixa viscosidade, não havendo necessidade de pré-aquecimento à temperatura corporal para sua administração.

Indicações do Uso de Gadolínio: 


As principais indicações são para exames com suspeita do diagnóstico de:

- Tumores;
- Metástases;
- Processos inflamatórios/infecciosos;
- Interesse em análises vasculares;
- Ruptura da barreira hematoencefálica;
- Placas de esclerose ativas;
- Áreas de infarto;
- Áreas de fibrose no pós-operatório;
- Nos estudos funcionais de perfusão nos diversos órgãos.

Dosagem:

A dose recomendada para grande parte dos exames de ressonância é de aproximadamente 0,1 mmol/kg de peso (volume de 0,2 ml/kg), podendo ser dobrada a dosagem nos casos de estudos angiográficos por ressonância.

Efeitos Adversos:

Principais sintomas que podem ocorrer:

- Náuseas e vômitos;
- Calor, dor local;
- Reações cutâneas;
- Reações alérgicas em mucosas.



Fonte: Técnicas em Ressonância Magnética Nuclear.