segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Características dos efeitos biológicos das radiações

São elas: a especificidade, o tempo de latência, a reversibilidade, transmissibilidade, dose limiar e a radiossensibilidade.

- Especificidade: 

Os efeitos biológicos das radiações podem ser provocados por outras causas que não são as radiações, isto é, não são característicos ou específicos das radiações ionizantes. Outros agentes físicos, químicos ou biológicos podem causar os mesmos efeitos. Exemplo: O câncer é um tipo de efeito que pode ser causado tanto pelas radiações ionizantes como por outros agentes. 

- Tempo de latência: 

É o tempo que decorre entre o momento da irradiação e o aparecimento de um dano biológico visível. No caso de dose de radiação alta, esse tempo é muito curto. Os danos decorrentes da exposição crônica, doses baixas com tempo de exposição longo, podem apresentar tempos de latência da ordem de dezenas de anos. O tempo de latência é inversamente proporcional à dose de radiação.

- Reversibilidade:

Os efeitos causados pelas radiações ionizantes podem ser reversíveis. A reversibilidade de um efeito dependerá do tipo de célula afetada e da possibilidade de restauração desta célula. Existem, porém, os danos irreversíveis como o câncer e a necrose.

- Transmissibilidade:

A maior parte das alterações causadas pelas radiações ionizantes que afetam uma célula ou um organismo não são transmitidos a outras células ou outros organismos. Devemos, porém, citar os danos causados ao material genético das células dos ovários e dos testículos. Esses danos podem ser transmitidos hereditariamente por meio da reprodução.

- Dose Limiar:

Certos efeitos biológicos necessitam, para se manifestar, que a dose de radiação seja superior a um valor mínimo, chamada de dose limiar. Temos também os efeitos que não necessitam de uma dose mínima para se manifestar. Como exemplo podemos citar a anemia cuja dose limiar é de 1 Sv (1 sievert) e todas as formas de câncer que teoricamente não necessitam de um limiar de dose. 

- Radiossensibilidade: 

Nem todas as células, os tecidos, os órgãos e os organismos respondem igualmente à mesma dose de radiação. As diferenças de sensibilidade observadas seguem a lei de Tribondeau-Bergonier (lei da radiossensibilidade das células) a qual diz: a radiossensibilidade das células é diretamente proporcional a sua capacidade de reprodução e inversamente proporcional ao seu grau de especialização. Por exemplo a pele e as células produtoras do sangue. 




Fonte: Noções Básicas de Proteção Radiológica (IPEN).  



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