domingo, 5 de setembro de 2010

Planejamento Físico e Equipamentos em Instalações de Ressonância Magnética Nuclear

Tipos de equipamentos:

RMN Aberta - Campo magnético varia de 0,2 a 0,5 Tesla.
RMN Fechada - Campo magnético variando entre 0,8 a 3,5 Tesla.

Vantagens e Desvantagens da RMN Aberta:

Vantagens:

- Evita a fobia do paciente.
- A blindagem da gaiola de Faraday é menor.

Desvantagens:

- Tempo de execução do exame é maior.
- Alguns tipos de exame não podem ser feitos na ressonância magnética aberta.

Vantagens e Desvantagens da RMN Fechada:

Vantagens:

- Tempo de execução do exame é menor.
- Pode ser feito qualquer tipo de exame.

Desvantagem:

- Não pode ser construída perto de vias públicas devido à trepidação.


Há 3 tipos básicos de magnetos que são usados em Ressonância Magnética Nuclear:

Magnetos Resistivos - Consistem em muitas voltas de fios enrolados ao redor de um cilindro por onde passa uma corrente elétrica. Isso gera um campo magnético. Se a eletricidade  for desligada o campo magnético também desliga.
Esses campos magnéticos são mais baratos de construir do que um construído em magneto supercondutor, mas requerem grandes quantidades de eletricidade para operar devido à resistência natural do fio. Para se fazer esse tipo de magneto operar acima do nível de 0,3 T (Tesla) seria extremamente caro.

Magnetos Permanentes - Seu campo magnético está sempre presente e com força total, o que significa que não gasta nada para manter o campo magnético. A principal desvantagem é que são pesados demais, pesam muitas toneladas no nível de 0,4 T (Tesla). Um campo mais forte precisaria de um magneto tão pesado que seria difícil construí-lo. E embora esse tipo de magneto esteja ficando cada vez menor, ainda está limitados a campos com pouca intensidade.

Magnetos Supercondutivos - São os mais utilizados, são um pouco semelhantes aos magnetos resistivos, eles são feitos de enrolamentos de fios pelos quais passa uma corrente elétrica que cria o campo magnético. A diferença importante é que continuamente banhado em Hélio (He) líquido a uma temperatura de - 233,5 °C.
Esse frio quase inimaginável faz com que a resistência do fio caia a zero, reduzindo dramaticamente a necessidade elétrica do sistema e tornando muito mais econômica sua operação. Os sistemas de supercondutores ainda são muito caros, mas podem facilmente gerar campos que vão de 0,5 a 3,0 Tesla, gerando imagens de qualidade muito melhor.

Os magnetos fazem com que os equipamentos de ressonância magnética sejam pesados, mas eles ficam mais leves cada nova geração e cada vez mais largos a sua abertura para entrada de pacientes. E isso é importantíssimo para pacientes claustrofóbicos. Cada vez mais esses aparelhos vão se adaptando às necessidades dos pacientes.

Vantagens e desvantagens da utilização de equipamentos de Ressonância Magnética Nuclear:

Vantagens:

Ideal para exames de :
Diagnóstico de esclerose múltipla, tumores, infecções no cerebelo, medula espinhal ou articulações, visualizar ligamentos rompidos no punho, joelho e tornozelo, visualizar lesões, diagnóstico de tendinites, avaliação de massas nos tecidos macios do corpo, avaliações de tumores ósseos, cistos e hérnias de discos intervertebrais e diagnósticos de acidentes vasculares cerebrais em seus estágios iniciais. Essas são algumas de muitas razões  pelas quais um exame de ressonância deve ser realizado.
O fato dos aparelhos de ressonância não emitirem radiação ionizante, assim, como os meios de contraste terem uma incidência de efeitos colaterais muito pequena.
Outra grande vantagem é a capacidade de geração de imagens em qualquer plano, imagens nos planos axial, sagital e coronal.

Desvantagens:

- Há pessoas que não podem fazer esse exame por questões de segurança (ex.: pessoas com marca-passo) e pessoas que são grandes demais para entrarem no Gantry;

- O número de pessoas com claustrofobia é muito grande;

- Durante o exame o equipamento faz muito barulho, sons de batidas contínuas e rápidas;

- Os pacientes devem ficar completamente imóveis durante longos períodos de tempo;

- Equipamentos ortopédicos (pinos, placas, articulações) na área do examinada podem causar grandes distorções nas imagens;

- Os equipamentos de ressonância magnética são extremamente caros, e isso, torna os exames caros.

Preparativos para Instalação de uma Ressonância Magnética Nuclear:

Incluem a realização de uma rede elétrica, rede DICOM para transferências de informações digitais, instalação de quadro de força, interruptores, aterramento principal, sinalização e interruptores de corrente de fuga.

Blindagem de Radiofrequência:

Gaiola de Faraday - Uma gaiola de Faraday é uma blindagem elétrica, ou seja, uma superfície condutora que envolve uma dada região do espaço e que pode em certas situações impedir a entrada de perturbações produzidas por campos elétricos e/ou eletromagnéticos externos, cujos comprimentos de onda sejam superiores ao tamanho da malha.
Uma blindagem de radiofrequência é necessária para a sala de exames. Esta blindagem protege o ambiente de radiofrequência e reciprocamente protege o sistema de ressonância magnética de interferência externa.

Advertências Exigidas com Campo Magnético a Zona de Controle:

- Limite para pessoas com marca-passo cardíaco ou bomba de insulina;

- Se a densidade de fluxo magnético em uma determinada área exceder a 0,5 mT, é necessário exigir áreas de advertência e restringir o acesso conforme regulamentação;

- Distância dos armários de eletrônica nas sala técnica para o Gantry na sala de exames é no mínimo de 1,5 m;

Inspeção Local:

- O local de instalação será inspecionado pela empresa fornecedora do equipamento, sem esta inspeção nenhum de seus representantes pode assegurar a conveniência do local;

- Esta inspeção é exclusivamente preocupada com a medição da interferência magnética, interferência de radiofrequência e vibrações no edifício;

- Verificação da passagem de cabos elétricos de alta ou baixa tensão que deverão ser desviados da área da ressonância magnética;

- Na área acima ou abaixo da cabine não poderá haver movimentação de massas ferrosas, macas e mobiliários, cadeiras de ferro com rodízio, passagem ou estacionamento de veículos;

- O piso deverá ser perfeitamente nivelado.







quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Normas CNEN

As técnicas radiológicas no Brasil são submetidas e controladas por normas e documentos de orientação. Essas normas estabelecem requisitos para instalações, equipamentos, transporte de materiais radioativos e proteção radiológica.

Normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear:

NE - 3.01 Diretrizes Básicas de Radioproteção - Estabelece as diretrizes básicas de radioproteção para pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na produção de radiação ionizante e os limites, princípios, obrigações e controles para prevenir possíveis danos causados ao homem e ao meio ambiente.

NE - 3.02 Serviços de Radioproteção - Estabelece requisitos para a implantação e funcionamento de serviços de radioproteção. A direção da instalação radioativa autoriza o órgão prestador do serviço realizar e controlar as ações que visam estabelecer as condutas de radioproteção, baseadas nas normas, de modo a manter a segurança no uso das radiações.

NE - 3.03 Certificação da Qualificação de Supervisores de Radioproteção - Estabelece os requisitos para qualificação de supervisores de radioproteção. Esta norma aplica-se à pessoas físicas que desejarem se qualificar como supervisores de radioproteção em instalações radioativas.

NE - 3.05 Requisitos de Radioproteção e Segurança para Serviços de Medicina Nuclear - Tem o objetivo de estabelecer os requisitos de radioproteção e segurança para os serviços de Medicina Nuclear. Esta norma aplica-se às atividades relativas ao uso de radiofármacos para fins diagnósticos e terapêuticos "in vivo" no campo da Medicina Nuclear.

NE - 3.06 Requisitos de Radioproteção e Segurança para Serviços de Radioterapia - Esta norma estabelece requisitos de radioproteção e segurança de pessoas e meio ambiente quando as radiações ionizantes são utilizadas para para terapia, especialmente para fontes seladas.

NE - 5.01 Transporte de Materiais Radioativos - Estabelece os requisitos de radioproteção e segurança para transporte de materiais radioativos.

NE - 6.02 Licenciamento de Instalações Radioativas - Estabelece os procedimentos relativos ao licenciamento e autorização para o funcionamento de instalações radioativas em todo território nacional.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Órgãos Responsáveis pelo Uso da Energia Nuclear no Brasil e no Mundo

ÓRGÃOS INTERNACIONAIS:

AIEA - Agência Internacional de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem como objetivo o uso pacífico da energia nuclear e o desencorajamento dos usos para fins militares de armas atômicas.

ICRP - Comissão Internacional de Proteção Radiológica, ICRP, Internacional Comission on Radiation Protection, órgão internacional que determina as normas de segurança e proteção radiológica.

ICRU - Comissão Internacional de Unidades e Medidas Radiológicas, instituição internacional responsável pelo estabelecimento das grandezas e unidades radiológicas.


ÓRGÃOS NACIONAIS:

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão responsável pelas diretrizes de planejamento, orientação, supervisão e fiscalização, estabelece normas e regulamentos em radioproteção e licencia, fiscaliza e controla a atividade nuclear no Brasil.

IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, autarquia gerenciada pela CNEN, tendo atuação em vários setores da atividade nuclear entre elas, nas aplicações das radiações e radioisótopos, em reatores nucleares, em materiais e no ciclo do combustível, em radioproteção e dosimetria, cujos resultados vêm proporcionando avanços significativos no domínio das tecnologias, na produção de materiais e na prestação de serviços de valor econômico e estratégico para o país, possibilitando estender benefícios da energia nuclear a segmentos maiores de nossa população.

IRD - Instituto de Radioproteção e Dosimetria, órgão responsável pelas áreas de radioproteção, dosimetria e metrologia, disseminando o conhecimento e a tecnologia para o uso seguro das radiações ionizantes.

CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, é uma instituição de pesquisa, desenvolvimento, produção, serviços e ensino com atuação na área nuclear e outras correlatas. Está subordinado à Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, que é vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.

CENA - Centro de Energia Nuclear na Agricultura, é um órgão de integração da Universidade de São Paulo, é um instituto especializado, cuja a finalidade é desenvolver e promover o conhecimento das ciências agronômicas, pecuárias e ambientais, promover o uso das técnicas nucleares através do ensino e pesquisa e também prestar serviços à comunidade nas áreas de sua atuação.

ABENDI - Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção, é uma entidade técnico-científica, sem fins lucrativos, de direito privado, com a finalidade de difundir as técnicas de END (Ensaios Não Destrutivos) e Inspeção, através de ações voltadas ao aprimoramento da tecnologia. Promove a implantação e o desenvolvimento da tecnologia nuclear nos procedimentos radiológicos com fins de controle de qualidade e inspeção na área industrial.

 ELETRONUCLEAR - Tem a finalidade de operar e construir as usinas termonucleares do país. Empresa subsidiária da Eletrobrás, utiliza a tecnologia nuclear para a produção de energia elétrica, sendo responsável pela geração de aproximadamente 3% da energia elétrica consumida no Brasil.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Higiene das Radiações

O termo higiene, em relação as técnicas radiológicas, refere-se ao estabelecimento e a vigilância dos procedimentos de segurança para a conservação da saúde dos indivíduos ocupacionalmente expostos, dos pacientes e dos indivíduos do público.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Planejamento Físico em Instalações Radiológicas

As salas equipadas com aparelhos de raios-X devem dispor de:

a) Sinalização visível nas portas de acesso, contendo o símbolo internacional da radiação ionizante acompanhado da inscrição: "Raios-X, entrada restrita" ou "Raios-X, entrada proibida a pessoas não autorizadas";

b) Quadro com as seguintes orientações de proteção radiológica, em lugar visível:


"Paciente, exija e use corretamente vestimenta plumbífera para sua proteção durante exame radiográfico";


"Não é permitida a permanência de acompanhantes na sala durante o exame radiológico, salvo quando estritamente necessário";

"Acompanhante, quando houver necessidade de contenção de paciente, exija e use corretamente vestimenta plumbífera para sua proteção durante exame radiológico".

Para cada equipamento de raios-X deve haver uma vestimenta plumbífera que garanta a proteção do tronco dos pacientes, incluindo tireóide e gônadas, com pelo menos o equivalente a 0,25 mm de chumbo.

Sistema de Condicionamento do Ar:

É necessário um sistema que mantenha as seguintes características:

- Temperatura: 24 °C +/- 2 °C.
- Umidade do Ar: 50% a 10%.
- Sem condensação.

Sistema de Detecção e Combate a Incêndio:

- É recomendado à instalação que se tenha um sistema de detecção de fumaça e fogo;
- Em caso de incêndio, utilizar deve-se utilizar somente CO2. Não é permitido instalar pontos de splinker na área do equipamento (sala de exames, comando e técnica).

Visor Plumbífero e Proteção Radiológica:

Será de responsabilidade de um Engenheiro Civil a avaliação da capacidade do piso/laje do hospital/clínica de suportar o peso do equipamento durante a movimentação nas dependências internas do mesmo, conforme as indicações de carga/peso no projeto. Caberá ao cliente o reforço do piso/laje, caso necessário.

RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA:

O uso dos raios X está intimamente ligado as práticas radiológicas e se constitui como o principal exame complementar para a conclusão de diagnósticos, representando um grande avanço na qualidade dos atendimentos odontológicos, mas requer, ao mesmo tempo, que as exposições radiológicas sejam efetuadas em condições otimizadas de proteção e segurança seja para os profissionais seja para os pacientes.

Ambientes para Instalação de Aparelhos de Raios X Odontológicos:

O equipamento de radiografia intra-oral deve ser instalado em ambiente (consultório ou sala) com dimensões suficientes para permitir à equipe manter-se à distância de, pelo menos, 2 m do cabeçote e do paciente. De acordo com a RDC 50/2002, norma técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que especifica as áreas físicas para serviços de saúde, o tamanho mínimo para um consultório odontológico é de 9 m2.

INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA MAMOGRAFIA:

Para se instalar um equipamento, é necessário ter o conhecimento de funcionamento do mesmo, de maneira que possamos visualizar seus movimentos e manuseio do operador, como também acesso de pacientes e posicionamento para execução de exames.
No caso dos mamógrafos o ideal é que o operador tenha uma visão da paciente posicionada no equipamento, para que seja observada em caso de algum movimento que venha prejudicar o exame.

Faz-se necessário a indicação das plantas de posicionamento, instalação elétrica do equipamento nas salas de exames e a indicação da planta de proteção radiológica.

A Instalação Elétrica:

A instalação elétrica de um mamógrafo depende da exigência do fabricante, alguns fabricantes exigem que seu equipamento tenha um estabilizador de tensão, para que no caso de uma variação de tensão fora das especificações dos valores especificados não venha danificar o equipamento. Em todos os equipamentos médicos é necessário que em seus quadros de força tenham um dispositivo de corrente de fuga (DR). 
DR - Dispositivo de fuga. De acordo com a norma NBR 13534, deverão ser instalados para a proteção dos circuitos e dos pacientes.